sexta-feira, 26 de março de 2010

quarta-feira, 24 de março de 2010

Sumol de laranja o dia inteiro!

Vai ser só um fim-de-semana. É pouco tempo, mas vai ter que dar para matar saudades! Comer cadelinhas, berbigão, percebes, pastéis de nata, sapateira, comer caldo-verde, cozido-à-portuguesa, beber sumol de laranja o dia inteiro, beber capilé (será que ainda há?), ver o mar muitas, muitas vezes, visitar o jardim Bordalo Pinheiro, dar uma volta no jardim da Gulbenkian, beber um copito no Bairro Alto, visitar Sintra... meu Deus o dia tem tão poucas horas e se por acaso não morrer com uma indigestão irei repetir estes fins-de-semana mais vezes.


Countdown To Bacalhau Day

quinta-feira, 18 de março de 2010

sábado, 13 de março de 2010

Lately

Finalmente encontrei! Lately composição de Stevie Wonder tocada pelo grande guitarrista George Benson.



Se não funcionar tente aqui

Obrigado Rui pelo apoio dado! Cumps

sexta-feira, 12 de março de 2010

O último post não foi um desabafo nem um lamento. Foi um momento de ironia. Uma mulher com as mesmas qualificações que um homem, para atingir a mesma reputação/renumeração tem que trabalhar com mais desempenho e ser profissionalmente nítidamente melhor que os seus colegas. Eu conheço esta realidade e se estivesse disposta a fazer uma carreira profissional brilhante teria que sacrificar mais tempo e a desempenhar a minha função de forma mais meticolosa, mas como eu prefiro utilizar as minhas energias noutras áreas, como por exemplo bordar carochinhas, caracóis, veados, vaquinhas e algumas plantinhas, abdico voluntáriamente à carreira profissional brilhante. Andam por aqui uns trainees novos no departamento. Utilizam um tom de voz dinâmico e fazem muito vento quando se deslocam. Foram eles que me inspiraram a escrever este post. Não nasci para ser vitima ;) nem aqui e nem noutro ponto qualquer deste planeta.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Como ter sucesso profissional em 51° 9′ 54″ N, 10° 27′ 19″ E e redondezas

Tenha sempre cuidado quando falar com alguém na empresa onde trabalha, em especial com o seu chefe ou pessoas de posição superior à sua, use sempre o seu tom de voz mais masculino possível (dá um ar muito dinâmico). Se não lhe fôr possível, beba uns bagacinhos que lhe engrossa a voz - tenha muito cuidado, senão for bem feito, pode tornar-se ridículo.

- Quando tiver que se deslocar da sua secretária para ir tratar dum assunto qualquer, nem que seja só para ir fazer um xixi ou ir ter com um colega para estarem uns momentinhos de converseta, arregaçe as mangas da camisa, pegue numa caneta, num bloco e desloque-se num passo bem rápido e firme. Esta postura dá-lhe um ar bem dinâmico e só lhe irá trazer vantagens. Aahhh! mesmo que esteja muito frio, não vista casaco - fica melhor.

- Quando alguém lhe estiver a explicar alguma coisa, mesmo que não esteja a perceber patavina nenhuma, faça sempre um ar bem interessado na matéria e nunca dê a entender que não está a perceber nada - faça umas perguntinhas pelo meio - dá sempre bom aspecto, mas cuidado com o tipo de pergunta, porque senão pode precisamente acontecer o contrário.

- Se houver alguém com uma qualificação idêntica à sua no seu departamento, tente boicotá-la, fazendo umas piadinhas à cerca dessa pessoa. Nestas acções é prático ter-se sempre um cúmplice por perto, porque sózinho pode ser perigoso.

- Sempre que abrir portas, fáça-o de forma bem dinâmica - tão dinâmica que até as folhas da fotocopiadora esvoem num alvoroço terrível.

- Tem que ter pilinha, senão tiver, arranje uma e deixe crescer um bigode para atenuar uma possível feminilibilidade, com estes apetrechos é mais fácil ter sucesso profissional ou então utilize aquela táctica que todos conhecem.

- Tente não adormecer em reuniões, faça sempre um ar muito interessado e, de vez enquando mande umas bocas à Chico Esperto.

Não tem nada a ver com o tema neste espaço, mas não faz mal, fica melhor aqui do que no meu outro blogue.

terça-feira, 9 de março de 2010

Vai aí um cafézinho pr'ó sr. director

Eu trabalho já há uns aninhos numa empresa internacional (SA)com sede num país europeu do norte. Somos produtores de maquinaria especial com centros de produção espalhados pelo mundo. Em Portugal só temos uma filial de vendas. Esta companhia está cotada na Bolsa e é lider no mercado internacional com mais de 14.000 trabalhadores espalhados pelo mundo fora. Um dos descendentes do fundador desta empresa possui a maior parte das acções, como tal, quase poderiamos dizer que ele é o dono desta empresa. Esta pessoa estudou engenharia e economia. Como ele já foi chefe duma secção onde trabalhei conheço-o pessoalmente. Eu nunca ouvi alguém tratá-lo por doutor ou outro titulo qualquer, ele é tratado simplesmente por Sr. e apelido. Quando alguém lhe telefona, a secretária só atende quando ele tem visitas, está de viagem ou está numa reunião. Ontem tive que tratar dum assunto com a filial de Portugal e para tal liguei o número de telefone do colega com quem queria falar - foi uma senhora que atendeu, penso que era a secretária. Antes de me ligar com o "Sr. engenheiro" perguntou-me quem era e o que queria. O chefe da filial portuguesa, não tem nome, é tratado apenas por Sr. Director. Note-se que na filial de Portugal só trabalham 10 funcionários.

domingo, 7 de março de 2010

O Senhor Doutor no Portugal dos pequeninos

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Ora bem, hoje é domingo, o dia está lindo, mais bonito do que as previsões anunciadas, o sol invade a minha casa, o céu não podia estar mais azul e o branco da neve sobre os parapeitos das minhas janelas tornam este dia perfeito. Como auge desta abunda harmonia, adoço o meu dia com a minha música preferida. Condições perfeitas para cumprir promessas!

A primeira vez que me confrontei com a palavra doutor/a em Portugal, para além dos consultórios de médicos e hospitais, foi quando mudei da escola primária para o ciclo preparatório. Com o exame da quarta classe deixei uma quantidade de coisas desagradáveis atrás de mim. As réguadas e as orelhas de burro eram relíquas que não passavam de ano. Esta nova escola trouxe-me umas determinadas liberdades e muitas coisas novas. Mudávamos de sala de hora a hora, para cada disciplina tínhamos uma professora ou professor diferente. O que mais me agradou no novo sistema foi o facto de termos aulas de ginástica e de não estarmos mais sujeitos a agressões físicas. No início deste ano lectivo tive o privilégio de aprender quase todos os dias novos termos: os professores faziam parte do corpo docente, propinas, godés, guaches, tinta da china, linoleo etc. etc. etc., mas a palavras que mais me impressionaram foram "cetôra" e "cetôr". Os professores a partir do ciclo preparatório já não eram professores mas sim "cetôres". Precisei de algum tempo para perceber o que é que dizia quando expressava esta palavra. Na altura até achei-me muito chique - "eu, apartir de então só lidava com doutores". Havia doutores para tudo. Doutores de educação física, doutores de trabalhos manuais, doutores de francês com curso da Alliance Française, doutores de português e assim por diante.

Entretanto cresci e cheguei à conclusão que quem usa títulos sem ter feito nada para os ter, não é chique, é simplesmente um grande cagão. Portugal sofre duma inflação de doutores. Em Portugal não há respeito nenhum por pessoas que pratiquem profissõoes indispensáveis como pedreiros, electricistas, padeiros, motoristas etc. Quem desempenha estas profissões, fá-lo porque não teve outra oportunidade, em geral aprederam a porfissão na base do "learning by dooing" e os resultados veêm-se quando a obra termina. Quem é que quer ser trolha? Como é possível dar um nome destes a uma profissão tão importante como a do pedreiro?

Eu conheci um escultor português que fazia questão em ser tratado por Senhor Doutor. Sr. Doutor de quê? Doutor das Artes? Que ridículo! Um artista não precisa de ser doutor! Há que ter-se uma alma muito pequena para necessitar-se duma prótese tão grande. 

Que sejam punidos todos os que usem títulos académicos sem que tenham feito por exemplo o doutoramento. Quem fosse apanhado a infringir a lei, devia ser punido com uma multa ou seria obrigado a ser fotografado com um enorme par de orelhas de burro com foto publicada na primeira página do correio da manhã ou no diário da República.



Uma foto que fiz duma varanda dum prédio numa avenida do Porto. Certamente planeada também por um desses muitos doutores que povoam Portugal. Este edifício tinha aprox. 6 andares e a coluna começava no rés-do-chão e terminava no tecto da última varanda. Todas as portas das varandas tinham uma coluna mesmo em frente - decoração ou azelhão?
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