quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Diz não ao tubarão!

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O Excelentissímo Sr. Augusto Santos Silva, Ministro da Defesa nomeia para o cargo de Secretária Geral a amiga e apoiante do actual Secretário de Estado Marcos Perestrello - será que se trata aqui duma espécie de troca de favores, dá cá, toma lá? Através desta prática nada democrática de doação de postos de trabalho nos serviços da função pública, a designada nomeação, dá-se aos funcionários do topo de hierarquia o poder de empregarem quem eles queiram. Como o Estado Português não é propriedade privada, sinto-me na obrigação de lutar contra este tipo de nepotismo (vulgo compadrio), tentando defender assim o direito de todos aqueles que se encontram na minha situação. É óbvio que pessoas como você e eu, sem contactos especiais, nunca irão ter este privilégio porque para lá chegamos as aptidões pessoais e habilitações literárias não chegam.

Estas nomeações tornaram-se possíveis depois duma alteração da Constituição da Républica Portuguesa de 1976 - esta não deixava inicialmente espaços legais para este tipo de abusos. O ponto 2 do Artigo 47° foi uma destas alterações feitas à nossa Constituição para que os poucos privilegiados ainda usufruíssem de mais privilégios, impedindo assim a aplicação do direito de igualdade imposto pela lei. 

Artigo 47°
1. ...
2. Todos os cidadãos têm o direito de acesso à função pública, em condições de igualdade e liberdade, em regra por via de concurso.

A rasteira que nos passam é o termo "em regra", com ele, abriram uma portinha jurídica para porem lá quem eles queiram.  Exijamos que este termo seja abolido do ponto 2. do Artigo 47° da Constituição da República Portuguesa e passa a:

2. Todos os cidadãos têm o direito de acesso à função pública, em condições de igualdade e liberdade, por via de concurso.

Diga não a este abuso! Leia a petição, assine e divulgue! Para uma justa distribuição dos postes de trabalho no Estado! Diz não ao tubarão! 

Se quiserem continuar estas práticas de "compadrio" que continuem, mas por favor, não enganem-nos com o amparo da lei! 

Entre neste Link, leia, assine e divulgue por favor a Petição.

Cumprimentos 

I



sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Presidenciais

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Não podemos esperar que os que criaram os nossos
problemas sejam capazes de os resolver!

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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Brutti, sporchi e cattivi

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Compram aos catorze a primeira gravata
com as cores do partido que melhor os ilude.
Aos quinze fazem por dar nas vistas no congresso
da jota, seguem a caravana das bases, aclamam
ou apupam pelo cenho das chefias, experimentam
o bailinho das federações de estudantes.
Sempre voluntariosos, a postos sempre,
para as tarefas de limpeza após combate.
São os chamados anos de formação. Aí aprendem
a compor o gesto, a interpretar humores,
a mentir honestamente, aí aprendem a leveza
das palavras, a escolher o vinho, a espumar
de sorriso nos dentes, o sim e o não
mais oportunos. Aos vinte já conhecem
pelo faro o carisma de uns, a menos valia
de outros, enquanto prosseguem vagos estudos
de Direito ou de Economia. Começam, depois
disso, a fazer valer o cartão de sócio: estão à vista
os primeiros cargos, há trabalho de sapa pela frente,
é preciso minar, desminar, intrigar, reunir.
Só os piores conseguem ultrapassar esta fase.

Há então quem vá pelos municípios, quem prefira
os organismos públicos — tudo depende do golpe
de vista ou dos patrocínios que se tem ou não.
Aos trinta e dois é bem o momento de começar
a integrar as listas, de preferência em lugar
elegível, pondo sempre a baixeza em cima de tudo.

A partir do Parlamento, tudo pode acontecer:
director de empresa municipal, coordenador de,
assessor de ministro, ministro, comissário ou
director-executivo, embaixador na Provença,
presidente da Caixa, da PT, da PQP e, mais à frente
(jubileu e corolário de solvente carreira),
o golden-share de uma cadeira ao pôr-do-sol.
No final, para os mais obstinados, pode haver
nome de rua (com ou sem estátua) e flores
de panegírico, bombardas, fanfarras de formol.

José Miguel Silva, Movimentos no Escuro

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Lisboa vai perder calçada portuguesa

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O típico pavimento é conhecido como calçada portuguesa, mas são poucos os portugueses que apostam no seu potencial. Já foi criada uma escola de calceteiros e, em anos ante- riores, portugueses forma- vam pessoas de outros países. No futuro, arriscamo-nos a que sejam profissionais de outros países a ensinar aos portugueses os tru- ques deste pavimento. Em Lisboa, a sua área deverá encolher durante a próxima década.
Foi criada uma escola municipal, há 24 anos, para que a arte não morresse. Há apenas quatro anos, a Câmara Municipal de Lisboa (CML) anunciava que queria duplicar o número de calceteiros. Em Dezembro desse mesmo ano, a autarquia colocou uma estátua em homenagem a estes profissionais. Actualmente prevê-se uma diminuição da calçada portuguesa em nome da comodidade. ... (clique aqui para ler mais)

Aposto que quem tomou esta decisão não tem um primo ou um tio que produz pavimentos comodos e melhores que a calçada portuguesa. 


Enigma Maroto da semana: Descobre a razão desta decisão. 

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