terça-feira, 30 de outubro de 2012

Angela! Ich mag dich!


"Ai coitadinhos de nós, vítimas do imperialismo franco-alemão! Farta do choradinho piroso! Ponham o estatuto de vítima de lado e reconheçam que o erro foi e é só nosso. Em Portugal entre o que entrar a miséria é sempre a mesma. Fomos sempre pobres, já nos tempos em que Salazar nos impingia que éramos um dos povos mais ricos do mundo. Ainda me lembro da escola primária, quando se cantava o hino nacional de bata branca, à frente dum crucifixo ladeado por Salazar e Américo – tínhamos ouro, diamantes, petróleo e fome – nessa altura, lá bem longe de Lisboa, haviam famílias que dividiam uma única sardinha por três entes na única refeiçäo do dia – a coisa melhorou, não por esforço próprio – a CEE veio e trouxe muito consigo. Compraram-se iates, vivendas, palacetes e abacates – não se investiu na indústria, optámos muito orgulhosos e peneirentos pelos maiores centros comerciais da Europa e do mundo, para vendermos aquilo que não produzimos. A formação profissional significa em Portugal carreia académica. Pedreiros, soldadores, mecânicos, aprendem assim no improviso. Quem exerce estas profissöes em Portugal, säo só aqueles que näo tiveram outra oportunidade, porque ninguém sabe dar valor à boa mäo-de-obra – o importante na vida é ser-se doutor, nem que seja a fingir. Se sofremos com o imperialismo franco-alemäo entäo o melhor é saírmos de imediato da uniäo. Com esta acçäo, caçávamos duas moscas com uma só chibatada : näo só mandávamos passear os malditos Imperadores, os parasitas que sugam o que entra, ficavam a secar, diminuindo assim a tremenda e injusta desigualdade.

Na Alemanha trabalha-se bem. Aqui há poucos doutores, e aqueles que injustamente o título utilizam, correm o risco de serem identificados e devidamente punidos ! Em Portugal nada acontence, só se fazem anedotas e o deliquente continua descaradamente a politicar.

O ouro do Brasil, os vários recursos naturais extraídos dos solos das abastadas ex-colónias africanas, as correntes de dinheiros da UE que entraram no país, nunca proporcionaram à maioria da população em Portugal uma vida mais decente, por isso aconselho, estimadas Senhoras e Senhores, procurem a agulha noutro palheiro, porque naquele que têm andado sempre a vasculhar, é o errado.

Quem não está apto a reconhecer os seus erros ou a admitir que erra, nunca irá superar as suas barreiras. A Angela Merkel e o holandês de França não têm mesmo nada a ver com o nosso desgoverno.