segunda-feira, 7 de junho de 2010

Excelentíssimo Senhor Presidente de todos os Portugueses

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Tenho lido ultimamente que o Sr. Presidente, como medida de austeridade para fazer frente à crise financeira, apelou a todos os Portugueses a não passarem férias fora do país. Baseando-me nesta informação, deduzo que o Sr. Presidente não está bem informado sobre a situação financeira da maior parte dos cidadãos que representa e como tal gostaria de aproveitar esta ocasião para acalmá-lo, tirando-lhe esta preocupação, pois a maioria dos Portugueses, não vai viajar tanto para o estrangeiro este ano, assim como sempre o fez, porque o povo que o Sr. Presidente da República representa, tem, teve e pelo que me parece, irá sempre ter os ordenados mais baixos da Europa ocidental. Segundo o que li, estes europeus ganham mais de 55 % do que os portugueses comuns ganham. Como tal encontram-se, na grande parte dos casos, impossibilitados em passar férias no estrangeiro.

Talvez também não esteja informado que, em contrapartida, os nossos governantes, seus familiares e amigos têm ordenados ostensivamente superiores, por vezes mais que o dobro dos ordenados dos governantes do resto da Europa Ocidental. Como tal aconselhava ao Sr. Presidente da República do pobre povo português a apelar, mas dirija por favor o seu apelo só aos seus ministros, funcionários, famílias e lacaios, pois só estes têm o poder de compra necessário para passarem férias fora de Portugal. O Português comum – com isto refiro-me àqueles portugueses “sem contactos especiais” e que não quiseram emigrar – nem gozar férias no próprio país podem. Estes passam-nas em casa e se por acaso tiverem a sorte de ter um quintal onde possam apanhar uns banhinhos de sol, bebendo a cervejinha do Continente, já podem se dar por grandes sortudos. Por isso, Senhor Presidente da República Portuguesa, guarde estas palavras só para si e para aqueles mais abençoados pelas mãos de “Deus”, porque muitos sentem-se gozados e estes apelos podem ser prejudiciais para uma possível próxima candidatura.

Cumprimentos saudosos de uma cidadã portuguesa que abandonou o seu País por ter deixado de acreditar que os nossos políticos estejam interessados em proporcionar uma vida digna aos seus cidadãos. Fartei-me da pobreza portuguesa, aqui não sou rica, mas tenho acesso a determinadas comodidades que num país qualquer europeu são tidas como normais e que em Portugal só têm acesso aqueles portugueses “com amigos especias”. A unidade que mede a qualidade do trabalho de um político é a qualidade de vida do cidadão e não o número de funcionários e privilégios que estejam ao dispôr do Sr. Presidente e seus Ministros.



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12 comentários:

  1. Melhor explicado era impossível.
    Beijinhos

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  2. Depois do Ilustre Português Dr. Oliveira Salazar
    Ainda não apareceu um político com capacidade para governar Portugal.

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  3. Muito bem dito! Estão a gozar com a maior parte dos portugueses...

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  4. Apenas uma palavra:
    PERFEITO!
    Parabéns e gostaria muito que o sr. presidente tivesse conhecimento deste seu texto.
    Um beijinho

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  5. Não sei o que se passou Isa, mas o poste "esvaziou-se" sem que desse conta. A sorte é eu tê-lo ainda noutro sitio. Este meu computador anda-me a estragar os nervos. Tenho que comprar um novo. É tão lento, passo o tempo à espera - parece que funciona a pedal. Bjinho.

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  6. Não será censura presidencial? Ao utilizar a Internet, n-ao estaremos a gastar divisas? O melhor é perguntar ao presidente...

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  7. Ola, tambem concordo plenamente com o comentario,mas penso que näo e so em Portugal que se vive momentos dificeis, como a Sr. sabe.

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  8. Boa tarde Sr. ou Sra. Anónimo/a, o tema deste blog é Portugal e não o mundo inteiro. Sei perfeitamente que estes momentos estão difíceis para todos, mas não me refiro aqui, à crise que todos de momento atravessamos. Em Portugal mesmo em tempos de prosperidade, a população continua pobre. "O Bolo de Mel" é dividio pelos comilões e "O de Fel" é dividido por todos. Cumprimentos e que tenha um bom dia.

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  9. Muito bem Marota, é isso mesmo. Este país nunca anda para a frente porque existe uma enorme falta de organização já para não falar na corrupção dos nossos governantes. É tudo a meter ao bolso e o pequeno que se lixe (desculpem a expressão)

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  10. Boa tarde Sr/a. Anónimo, segundo a minha opinião, o maior déficite em Portugal é a enorme falta de qualidade na formação profissional. Se eu tivesse o poder necessário, a primeira coisa que faria era mandar um grupo de pessoas inteligentes e trabalhadoras para um país desenvolvido para aprenderem a trabalhar efectivamente. Os portugueses são trabalhadores, mas o resultado do nosso trabalho é o que se vê.

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